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Fé e saúde mental: como a espiritualidade pode ajudar (ou atrapalhar) no tratamento psicológico

  • maio 8, 2025
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Fé e saúde mental: como a espiritualidade pode ajudar (ou atrapalhar) no tratamento psicológico

Na última década, o número de cristãos que se identificam como “desigrejados” cresceu significativamente no Brasil. Esses fiéis continuam professando a fé cristã, mas escolheram não frequentar templos ou se vincular a uma denominação específica. Embora o fenômeno ainda seja alvo de muitas interpretações, especialistas apontam para uma série de fatores que explicam esse movimento crescente, especialmente entre os mais jovens.

Muitos desigrejados relatam frustrações com instituições religiosas, especialmente relacionadas a escândalos de corrupção, abusos de poder, disputas políticas internas e comportamentos que contradizem os ensinamentos de Cristo. A busca por uma espiritualidade mais autêntica, íntima e livre de formalismos também aparece como motivação comum. Esses cristãos afirmam que é possível manter uma vida de oração, leitura bíblica, comunhão com Deus e até ações de solidariedade sem a obrigatoriedade de estar em uma igreja física.

No entanto, esse fenômeno também tem gerado debates dentro do meio cristão. Teólogos e líderes pastorais alertam para os riscos de uma fé individualista e sem prestação de contas, que pode se distanciar do modelo bíblico de comunidade. Para muitos, a igreja é mais do que um prédio ou uma programação semanal — é um espaço de crescimento espiritual coletivo, de serviço mútuo e de fortalecimento na fé.

Apesar das críticas, os desigrejados continuam crescendo em número e influência, especialmente nas redes sociais, onde compartilham reflexões, críticas à institucionalização da fé e propostas de vivência cristã alternativa. Alguns deles se reúnem em pequenos grupos caseiros, redes de apoio online ou eventos informais, mantendo uma conexão com outros fiéis fora do modelo tradicional.

Esse novo perfil de cristão desafia as igrejas a repensarem suas formas de acolhimento, liderança e discipulado. O fenômeno dos desigrejados não representa necessariamente um abandono da fé, mas uma busca por novas formas de vivê-la — mais horizontais, abertas e coerentes com os valores que dizem professar.

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