
A questão do dízimo e das ofertas sempre gerou debates dentro da igreja. Para alguns, é um princípio inquestionável e obrigatório; para outros, um costume do Antigo Testamento que não deve ser imposto nos dias atuais. Mas o que a Bíblia realmente ensina sobre esse tema?
O dízimo, que significa a décima parte da renda, é um conceito presente desde os primeiros livros da Bíblia. Em Gênesis 14:20, Abraão entrega o dízimo a Melquisedeque, um sacerdote do Deus Altíssimo. Mais tarde, em Malaquias 3:10, Deus exorta o povo de Israel a trazer os dízimos à casa do tesouro, prometendo bênçãos em troca da fidelidade. Esses textos são frequentemente usados para enfatizar a importância dessa prática.
No entanto, no Novo Testamento, o foco muda. Jesus menciona o dízimo ao repreender os fariseus por serem rigorosos com a lei, mas negligenciarem a justiça e a misericórdia (Mateus 23:23). Os apóstolos não impõem o dízimo como uma regra para os cristãos, mas ensinam sobre generosidade e contribuição voluntária. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo afirma que “cada um deve dar conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Isso mostra que, mais do que um valor fixo, a ênfase do Novo Testamento está na disposição do coração. A contribuição deve ser um ato de fé, gratidão e amor a Deus, não uma obrigação imposta. Muitos cristãos continuam a dar o dízimo como forma de adoração e reconhecimento de que tudo pertence ao Senhor. Outros preferem doar conforme sua condição, sem seguir uma porcentagem específica.
Independentemente da abordagem, a Bíblia ensina que a generosidade é um princípio fundamental da vida cristã. Contribuir para a obra de Deus, ajudar os necessitados e sustentar a igreja são atitudes que refletem o caráter de Cristo. O mais importante não é o valor dado, mas a motivação por trás da oferta: um coração disposto a servir a Deus e ao próximo.